A Santo de quê? Os inúmeros insultos homofóbicos contra um casal do futebol feminino deixam até o Chelsea surpreso
A Inglaterra e o mundo do esporte estão consternados por um lamentável episódio de discriminação nas redes sociais vivido pelas jogadoras de futebol Sam Kerr, do Chelsea e da seleção australiana, e Kristie Mewis, do West Ham United e internacional pelos Estados Unidos. Ambas jogadoras compartilharam recentemente em suas redes sociais a emocionante notícia de que esperam um filho juntas, mas nem todas as mensagens foram de felicitações.
Um anúncio que gerou alegria e ódio
A australiana Kerr publicou no Instagram: “O bebê Mewis-Kerr chegará em 2025!”, uma notícia recebida com entusiasmo por grande parte de seus seguidores, que as parabenizaram calorosamente. No entanto, também surgiram mensagens homofóbicas e ofensivas contra ambas as jogadoras, provocando uma onda de indignação no futebol feminino e além.
O futebol reage contra a discriminação
O Chelsea FC foi um dos primeiros a condenar os insultos. Por meio de um porta-voz, o clube declarou: “Não há lugar na sociedade para qualquer forma de discriminação e não aceitaremos nenhum tipo de abuso direcionado às nossas jogadoras, nosso pessoal ou nossos torcedores. Temos muito orgulho de ser um clube diverso e inclusivo que celebra e acolhe pessoas de todas as culturas, comunidades e identidades.”
Por sua vez, Millie Bright, capitã do Chelsea e da seleção inglesa, também rejeitou os insultos, destacando o impacto tóxico das redes sociais:
“Se eu não fosse jogadora de futebol, sairia das redes sociais num piscar de olhos. Elas podem ser maravilhosas, mas também abrigam o pior das pessoas. Comentários como esses não têm lugar neste mundo e não deveriam ser tolerados. Espero que avancemos para um espaço onde apenas comentários positivos e alegria sejam compartilhados.”
A treinadora do Chelsea, Sonia Bompastor, também expressou seu total apoio a Kerr:
“É inaceitável ler esse tipo de comentário. Em 2024, é uma loucura pensar que ainda vemos essas reações. Sam tem nosso apoio total.”
Apoio da seleção inglesa
A treinadora da seleção inglesa, Sarina Wiegman, também se pronunciou: “É muito decepcionante. Isso não deveria fazer parte do nosso mundo. Estou feliz por Sam e Kristie, e desejo o melhor para elas.” Após o ataque recebido, Kerr decidiu desativar os comentários em sua publicação.
Um problema que vai além do futebol
A organização Chelsea Pride, dedicada à inclusão no esporte, condenou energicamente o ocorrido: “A homofobia não tem lugar no futebol, nem no Chelsea, nem em nossa sociedade.” Este incidente evidencia, mais uma vez, a necessidade de combater o discurso de ódio nas redes sociais e em todos os âmbitos.
As jogadoras, seus colegas e o mundo do futebol em geral enviaram uma mensagem clara: a discriminação não será tolerada. Embora situações como essa mostrem o caminho que ainda precisamos percorrer, a resposta de apoio massivo a Kerr e Mewis é uma prova de que a inclusão e o respeito continuam ganhando espaço no esporte.